
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
No, my friend, I am no more the poet.
When I was, you think nothing, but I was the poet, o my friend.
Now, it is me that nothing you were, my boy,
that nothing half-alive.
But, you know? there is a stranger in my mind,
and I have, just as not mine, the poet I am no more,
a memorial poet, a mechanical one, a stranger, o my God! not me! not me!
But no, my God, no: it is not me no more that poet.
Even, my friend, I don't know who or all myself
is in me some other thing than memory.
L. M. XVI-XI-MCMLXXIV Ex.Am.Man.Br.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Segue um trecho da sua narrativa. Outras coisas virão. Deixe um comentário, participe, tendo-o conhecido ou não.
"Todo gesto tem uma partida e um regresso. Não é completo se apenas começa e fica na ansiedade do seu fim. Como nas antigas tragédias, o gesto precisa de um repouso porque resulta nele. Mesmo que o final destrua a mão que faz o gesto, ou mesmo que não haja mais nada, ou mesmo que seja tudo fantasia e que não haja mais lendas nem significado nenhum nos gestos humanos. Mas há chegar a casa, há procurar o conforto de estar vivo e de esquecer, há chorar e há manter-se direito em cima dos pés, quando à volta nada sobra dos escombros que caem fragorosamente ou em silêncio, como num sonho em câmara lenta, quando tudo desaba. Há manter-se de pé, e sem pisar nas ruínas que retiveram a nossa alma e para as quais ainda foge o nosso coração rebelde, há continuar a construção, com a mesma intensidade, mesmo sem fé, por teimosia. Outra fé, menos verde, sim, mas mais rija do que a raiz agreste da carrasca que nasce nos montes pelados e secos do meu país, e que procura pela fenda apertada, que racha na rocha viva e árida que o sol afogueia, o vapor de uma lágrima de que extraia uma flor sem perfume, outra fé, dizia, para nunca mais, para todos os fogos e todos os sóis, profundamente nasce de novo, enrugada como se fosse velha, talvez como a nossa alma, e eterna como ela. Faremos o que tem de ser feito, e não deixaremos de nos manter tranquilos. Nem nós mesmos podemos tirar o que temos no nosso coração, e nada mais nos merece. Por isso nunca fomos maiores."
(MIRANDA, Lino de. Nostos.Póvoa de Varzim: Empresa Norte Editora, s/d)