quarta-feira, 9 de maio de 2012
Lino de Miranda, sempre poeta...
Se fosse vivo, meu querido pai, faria 71 anos hoje! Seria, com certeza, o mesmo homem: firme, vibrante... e por isso está vivo sempre! Um brinde a ele!
Segue mais um poema inédito, sem data, por isso mesmo perene!
domingo, 25 de março de 2012
o poeta escrevia fábulas...
FÁBULA DOS GATOS E DO MACACO
Era uma vez um saco de gatos, e dentro do saco havia três gatos, e fora do saco andavam miando mais alguns gatos. O ano inteiro parecia todo ele um mês dos gatos. E todos os gatos queriam estar naquele saco de gatos onde estavam aqueles três gatos. Por que no saco de gatos geral onde se reuniam todos os gatos, não havia o queijo que havia naquele saco de gatos.
Dos três gatos do pequeno saco de gatos, um era tão pequenino que com uma casca de queijo miava fininho e ficava contente; outro, que crescia, já dava umas miadelas grossas e fazia arder as orelhas com unhadas matreiras ao gato maior; e este era um gato fanado, que no escuro do saco de gatos não conseguia que o respeitassem por mais velho e experiente e muito menos por mais forte. E deu-se o caso que os dois gatos maiores do pequeno saco de gatos, de acordo quanto à talisca de queijo que deixavam ao gatinho, cansados de se agatanharem no escuro do saco de gatos, foram ter com o macaco, juiz no reino dos gatos, que queriam fazer dele nova partilha que desse sossego ao saco de gatos. O macaco, porém, que detestava o barulho dos gatos, tomou-lhes o queijo e deu ordem de despejo ao grande e ao pequeno saco de gatos.
E todos os gatos ficaram a miar fora do saco, fazendo do mundo, durante uns três meses ou mais, um enorme saco de gatos.
Lino de Miranda - Notícias da Póvoa deVarzim, 02/02/1983
Era uma vez um saco de gatos, e dentro do saco havia três gatos, e fora do saco andavam miando mais alguns gatos. O ano inteiro parecia todo ele um mês dos gatos. E todos os gatos queriam estar naquele saco de gatos onde estavam aqueles três gatos. Por que no saco de gatos geral onde se reuniam todos os gatos, não havia o queijo que havia naquele saco de gatos.
Dos três gatos do pequeno saco de gatos, um era tão pequenino que com uma casca de queijo miava fininho e ficava contente; outro, que crescia, já dava umas miadelas grossas e fazia arder as orelhas com unhadas matreiras ao gato maior; e este era um gato fanado, que no escuro do saco de gatos não conseguia que o respeitassem por mais velho e experiente e muito menos por mais forte. E deu-se o caso que os dois gatos maiores do pequeno saco de gatos, de acordo quanto à talisca de queijo que deixavam ao gatinho, cansados de se agatanharem no escuro do saco de gatos, foram ter com o macaco, juiz no reino dos gatos, que queriam fazer dele nova partilha que desse sossego ao saco de gatos. O macaco, porém, que detestava o barulho dos gatos, tomou-lhes o queijo e deu ordem de despejo ao grande e ao pequeno saco de gatos.
E todos os gatos ficaram a miar fora do saco, fazendo do mundo, durante uns três meses ou mais, um enorme saco de gatos.
Lino de Miranda - Notícias da Póvoa deVarzim, 02/02/1983
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